segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Elogiarum bonno est

Por que tem gente que não te elogia de forma alguma? Nunca. Eu não entendo. Existe, leitor, na sua vida, alguém de quem você tenta arrancar um elogio, por mais simples que seja com o que você fala, faz ou escreve? O que será que passa pela cabeça de alguém que está tão próximo, comenta sobre o que você diz, faz ou escreve mas nunca diz nem um "valeu!"? Não entendo, leitor. Não entendo. Será que estas pessoas acham que ao elogiar serão absorvidas por um sentimento de inferioridade ao colocarem para fora uma expressão de agrado em relação àquilo que você disse, fez, ou escreveu, mas elas não fizeram, disseram ou escreveram? Ou será que se escondem atrás do velho jargão: "não vou falar pra você não ficar convencido por causa do que você disse, fez ou escreveu", mas na verdade são incapacitadas de reconhecer virtude além do que elas mesmas dizem, fazem ou escrevem. Somos tão rápidos em criticar, discordar, machucar, mas tão lerdos para elogiar, parabenizar, se alegrar com o que o outro disse, fez ou escreveu. Diga, faça, escreva. Depois escute, veja, leia e diga: Gostei! Gostei mesmo do que você disse, fez e escreveu. Simples, não?

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Sobre a chuva

Hoje, quando desci do ônibus, estava chovendo. E quando a chuva começou a escorrer pelo meu corpo, lembrei que nem sempre foi assim. Nem sempre a chuva me apanhou de salto, como quem está à espreita numa tocaia. Caminhávamos, voltando pra casa ou saíndo dela, e se as nuvens prenunciassem que lá vinha um toró daqueles, lá vinha eu também com uma segurança invejável: - Não vai chover, só vai chover quando a gente chegar. - Tem certeza, Cleonardo? Não é melhor a gente correr? - Não, Tiago. Pode ficar tranquilo. Só vai chover quando a gente chegar. E por mais que o céu parecesse estar abarrotado de água, sem que as comportas do firmamento conseguissem segurar uma gota sequer, as primeiras só caíam após batermos o portão atrás de nós. Tiago dizia: - Essa tua mania ainda vai fazer com que a gente leve um toró. E eu sentia o medo em suas palavras. O medo de ter uma amigo que conseguia segurar os céus e conter a chuva, como um super-herói. Imaginava-o pensando: Como ele faz isso? Minha convicção: "Não vai chover até que cheguemos", eu sei, deixava-o aturdido. E esta cena se repetiu várias vezes, e eu sempre conseguia segurar a chuva até chegarmos em nosso destino. Arrogância de adolescente, leitor? Não sei. Só sei que foi assim.
Já na baixa adolescência, quase juventude, quando não sabíamos que os próximos acontecimentos e nossas escolhas seguintes afastariam aquela inseparável dupla dinâmica ,aconteceu, para mim, o inesperado. Voltando de não-me-lembro-onde o céu parecia, desta vez, não estar muito disposto a segurar as pancadas de água. Continuei com minha segurança costumeira: - Só vai chover quando chegarmos. Descemos a ladeira da rua da igreja correndo como loucos, com a chuva a ensopar nossas roupas. O barulho da água caindo e furando minha cabeça como uma broca só não era maior que os gritos de júbilo deTiago: - Você errou! Você errou! Não deu certo desta vez! Eu sabia, Eu sabia que isto ia acontecer um dia! Senti-me como o super-homem diante da criptonita e, ao mesmo tempo, percebi o alívio dele em se certificar que eu não tinha poderes coisíssima nenhuma. era apenas sorte-inocência-arrogância de adolescente.
Pois é, Tiago. A chuva, desde então, já não mais espera que eu chegue em casa. Acredito que com você deva acontecer o mesmo (O poder era meu, afinal) . Muita chuva já escorreu por minha face, lavando lágrimas escondidas, decepções enferrujadas, desilusões jogadas para debaixo do tapete, gritos calados, amores perdidos, arrependimentos que matam. Tanta chuva já passou e deixou um cara diferente daquele que ousava controlar o tempo. Não ouso mais. reconciliei-me com a chuva e já não a evito. Aprendi a ser pequeno, porque a chuva já caiu tanto sobre mim que entendi sua intenção: lavar a sujeira que ninguêm vê. E depois da tempestade, meu amigo, vem uma sensação de bonança inigualável. Andemos juntos novamente, mas você nã verá mais esta arrogância disfarçada de ousadia. Aprendi a inclinar-me diante daquilo que é maior do que eu: Fui entortado pelo ferreiro, quebrado e restaurado como um oleiro faz com um vaso que não mais o apreciava. Tenho histórias para te contar, e enquanto eu estiver falando, se as nuvens se prepararem para derramar suas torrentes, eu serei o primeiro a correr. Corramos juntos, mas se a chuva nos pegar apenas agradeça e sinta que ela está levando embora tuas frustrações, medos, inseguranças, derrotas, pra te deixar pronto para o que vem.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Longe

Hoje caiu a ficha. Vou ficar longe, muito longe de quem amo.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Conversações

e: eu te amo
m: tu me ama muito?
e: sim
m: mas muito quanto?
e: muito muito, ora
m: não, você não me ama
e: oxe
m: se você me amasse você diria quanto
e: tá bom. eu te amo do tamanho do planeta terra
m: só isso!!!???
e: ¬¬
m: é pq se vc me amasse de verdade vc diria que me ama do tamanho do infinito
e: eu te amo do tamanho do infinito
m: agora não vale, eduardo. eu sei q vc não me ama
e: Pqp, mônica, deixa de ser complicada. Tu num sabe q eu te amo
m: Pqp, não. tá pensando q tá falando com tuas pareceiras?
e: não
m: VC TEM PARECEIRAS, EDUARDO????
e: Não, mônica. Eu só tô dizendo q não penso q estou falando com vc como uma pareceira
m: mas se vc pensa q não está falando comigo como uma pareceira é pq vc tem uma, ou umas
e: tá bom, mônica
m: Eu sabia!!!
e: amanhã eu não vou
m: An??
e: desculpa. janela errada
m: com quem vc estava falando Eduardo??? Pra onde vc não vai???? Posso saber??
e: Dá pra parar com isso!! vou embora. amanhã tenho q acordar cedo
m: pra ir pro lugar q vc disse q não ia?
e: se eu disse q não ia é pq não vooou. Agora chega, vou de verdade
m: perae. vai embora assim? sem se despedir?
e: xau
m: é assim é? sem bju
e: =*
m: só deu bju pq eu falei. vc naum me ama. agora tenho certeza
e: té manhã, mô. te amo

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Primeiro Andar

Já vou, será
eu quero ver
o mundo eu sei
não é esse lá

por onde andar
eu começo por onde a estrada vai
e nao culpo a cidade, o pai

vou lá, andar
e o que eu vou ver
eu sei lá

não faz disso esse drama essa dor
é que a sorte é preciso tirar pra ter
perigo é eu me esconder em você
e quando eu vou voltar, quem vai saber

se alguem numa curva me convidar
eu vou lá
que andar é reconhecer
olhar

eu preciso andar
um caminho só
vou buscar alguém
que eu nem sei quem sou

Eu escrevo e te conto o que eu vi
e me mostro de lá pra você
guarde um sonho bom pra mim

eu preciso andar
um caminho só
vou buscar alguém
que eu nem sei quem sou

Los Hermanos

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Quero ler em 2009

1. Admirável Mundo Novo - Aldous Huxley
2. Intermitências da Morte - José Saramago
3. O Estrangeiro - Albert Camus
4. Grande Sertão Veredas - Guimarães Rosa
5. Crime e Castigo - Fiódor Dostoiévski
6. A Montanha Mágica - Thomas Mann
7. Em Busca do Tempo Perdido - Marcel Proust
8. Todos os Homens são Mortais - Simone de Beauvoir

Li em 2008

1. Ensaio sobre a Cegueira - José Saramago
Este livro me assustou. "Dentro de nós há uma coisa que não tem nome. Esta coisa é o que somos". Li o livro, assisti o filme, chorei com os dois.

2. O Apanhador no Campo de Centeio - J. D. Salinger
Salinger nos apresenta o adolescente Holden Caufield, que nos ensina a odiar a hipocrisia e a arrogância. Lembrei do tempo em que ser um apanhador no campo de centeio era o que mais queria.

3. Quando Nietzsche Chorou - Yrvin Yalom
Foi bom pra entender um pouco mais sobre a psicanálise e sobre a vida e as teorias de Nietzsche.

4. A metamorfose - Franz Kafka
assustador. Sentia-me mal, de verdade, ao acompanhar a trajetória de Gregor Samsa, que num dia como outro qualquer acorda e percebe que se transformou num inseto.

5. A Insustentável Leveza do Ser - Milan Kundera
Há frases neste livro que desconcertam e nos viram pelo avesso. Incrível.

6. A Hora da Estrela - Clarice Lispector
Clarice diz coisas que até Deus duvida.

7. Carta a D - André Gorz
Emocionante. Uma declaração de amor à vida

8. Aos Meus Amigos - Maria Adelaide Amaral
Assisti a mini-série. Gostei tanto que comprei o livro. Vale a pena.

9. O Príncipe - Maquiavel
Um clássico do Absolutismo. Achei engraçado. Me divertia mesmo com as recomendações de Maquiavel ao Príncipe.

10. Ensaio sobre a Dádiva - Marcel Mauss
Viajei com a explicação de Mauss sobre a troca-dádiva. O interesse disfarçado de presente e o presente disfarçado de interesse permeiam todas as nossas relações.

11. Questões Fundamentais de Sociologia - Georg Simmel
Li duas vezes pra entender uma. Na faculdade já estavam me chamando de Simmeliano.

12. O bandido que virou Pregador - Mariana Côrtes
A autora analisa os bandidos que se converteram à religião evangélica e passaram a ter uma carreira de pregadores itinerantes.

13. Teoria do Conhecimento - Johannes Hessen
Empirismo, Racionalismo, Criticismo, Intelectualismo, Kant e outros. Precisava entender isso. Se quiser entender também pode ler este livro.