Como pagar as manhãs em que acordava e colocavam até minha meia, antes de eu ir pro colégio, porque, de tanto sono, nem isso eu queria fazer. Como devolver cada vez que me carregaram no braço, quando sorriram, contaram , cantaram, entenderam, abraçaram, compreenderam, fizeram? Como?
Se somente por existir eu já devia agradecer, como conseguir expressar em palavras o agradecimento por continuar vivendo? Como verbalizar a sensação de não ser cobrado quando se desiste de uma carreira e um curso por outro que ninguém ao menos conhecia o pouco que fosse? Como escrever sobre o indescritível? Como dizer, falar, fazer ouvir?
Eu não sei
Eu só sei que de vocês vim, de vocês me alimento, com vocês posso sorrir em paz. Não há como dizer “sem”, porque na minha vida vocês sempre foram “com”. Comigo.
É difiícil agradecer, mas vou tentar.
Muito obrigado!
Amo vocês
Cleonardo, o filho
Escrevi esta carta para meus pais a pedido de meu irmão. Ela compôs um álbum entregue a eles no final de um encontro de casais promovido pela Igreja Episcopal.