domingo, 30 de setembro de 2007

Definitivamente, não quero morrer lentamente!!!

"Morre lentamente quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não se permite pelo menos uma vez na vida fugir dos conselhos sensatos."

Pablo Neruda

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Tira!

Tira essa dor do meu peito
Essa angústia intransigente que pressiona minh´alma
Tira esse medo do amanhã que assola minha esperança
Esse medo da solidão, fera que devora
Tira essa lágrima insistente, essa sofreguidão que chega de repente
E cria um ninho na cabeça da gente empurrando como uma broca imponente
Tira essa melancolia de pranto, esse choro de espanto, essa dor que levou meu encanto
Sozinho choro e canto, canto lamúrias de carpideiras, a dor, o fim, sem eira ou beira
Tira a incerteza. Tira a tristeza. Tira a escuridão e devolve a clareza,
A brisa suave, o sorriso, a beleza, o afago, a alegria, o consolo, a certeza
Teu abraço eu vislumbro, sei que ele refaz, num segundo
Meu barco, meu rumo, meu solo, meu prumo,
Meu tato, meu tudo
Meu jeito de amar...

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Sinto-me sozinho!!!

Conversando com uma amiga (muito especial!) que compartilhou comigo um texto( e que texto!) de sua autoria sobre o "se sentir sem amigos" me veio a memória uma reflexão que escrevi em fevereiro deste ano. Compartilho-a, então, agora.

Para Carla de Paula, que está ciente de que às vezes nos setimos sós, mas há, sempre, a quem recorrer:

Será que sou um egoísta, narcisista, egocêntrico? Tão insuportável ao ponto das pessoas me abandonarem?
Ou não tenho a mínima habilidade em cativar? Será que estou condenado a repelir todos que de mim se aproximam?
Um bicho anti-social, recluso num mundo por mim criado, rodeado de paredes concretadas?
Sinto-me tão sozinho. Pareço não ter amigos.
Veja mesmo! Agora. Neste exato instante... Eu queria ter alguém para conversar. E então esse alguém ouviria que estou com vontade de chorar, mas não sei por quê. Que tenho muito medo, não sei dizer ao certo do que. A insegurança, a incerteza e a ansiedade tentam invadir minha alma e eu não tenho ninguém pra engrossar as fileiras comigo e dar cabo a esta covarde peleja de três contra um. Alguém com o intuito de ligar pra mim somente para perguntar o que vou fazer amanhã. Onde estão meus amigos? Eu os tenho?
Não quero ser injusto com um grande amigo meu. Sei de suas ocupações... Mas será, que até com suas ocupações, ou com as ocupações de qualquer um dos que considero amigos, não poderíamos nos ver mais? Esta corrida louca obriga-nos a abdicar dos momentos realmente importantes desta nossa pequena e efêmera jornada. Não, amigos! Devemos passar mais tempo juntos do que nas filas dos bancos, nos engarrafamentos, nos ônibus, discutindo com o nosso cônjuge, falando mal do nosso chefe, reclamando por que está chovendo, e se não chove por que está calor, o dinheiro não dá, queria trocar de carro, de casa, de esposa, marido, sogra, cachorro, celular. Menos shopings, mais noites conversando nos terraços de nossas casas. Menos “preciso disso”, mais “preciso deles”, Menos “vamos marcar”, mais “vamos mesmo”, menos “E aí?”, mais “estou aqui”.
Sinto falta de vocês, amigos!
Eu não tenho, agora, quem me ouça. Somente estas páginas podem me ouvir, e elas me entendem! Gostaria de dá-las melhores palavras, mais bem selecionadas, verbetes que as afagassem da mesma forma como o carinho que agora me falta. Gostaria de receber um abraço neste momento, ou alguém dizendo: Calma! Estou aqui! Eu sei amigas páginas, vocês não sabem falar, mas são boas em ouvir, e eu agradeço.
Não que eu não tenha uma turma pra sair. Não que se eu fizer uma ligação agora não encontre quem conversar. É que eu quero meus amigos! Fidelidade! Cumplicidade! “Hasta la muerte”! Uma parceria igual a de Tom e Vinicius, ou Tom, Vinicius, Elis, Toquinho, Chico e Milton. Como a de Moisés e Arão, Isaias e Ezequias, Davi e Jônatas, Barnabé e Paulo. Eu e Wellington, ou eu, Wellington, Sávio, Nemésio, Rafael, Helton, Paulinho, Ana Teresa e Mônica.
Sinto falta de vocês, amigos!
Mas espera aí... Alguém bate a minha porta! Abro. Ele entra, senta ao meu lado e me diz que no momento de maior desespero de sua vida foi abandonado pelos seus. Fala-me sobre uma aflição tamanha por ele sentida, quase sobre-humana, a ponto de seus vasos capilares se romperem e o sangue sair pelos poros, e, exatamente neste instante, seus amigos estavam dormindo ao invés de estarem compartilhando tal sofrimento. E no momento extremo, nem a presença de seu Pai pôde compartilhar. Ele me dá um abraço e diz: “Calma! Estou aqui!”. Não sei mais o que dizer... Apenas choro! Deito minha cabeça em seu colo, percebo o seu carinho, suas mãos estão afagando minha cabeça. E ele começa a me contar uma história...

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Bloqueio

Antes eu achava “frescura” esse negócio de bloqueio de criatividade. Pois não é que aconteceu comigo! Não estou conseguindo escrever! Mas eu sei quais as razões, aliás, qual a razão disso. Semana que vem resolvo essa história.

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

E quando a pinha acabar?


Hoje eu viajei de novo... Quem me dera pudesse estar fisicamente por todos os lugares tocados por minha mente! Mas hoje eu fiz uma viagem diferente, teletransportei-me pra dentro de uma mente, uma mente que me fez pensar, olhar, refletir e ver o mundo de maneira diferente. Sou realmente nordestino, gosto de banana, manga, macaxeira com charque, Patativa do Assaré, Zé da Luz e Jessier Quirino, sou pernambucano, gosto das pontes do Recife, olhar pros arrecifes, Cordel do Fogo Encantado, Paulo freire, Ascenso Ferreira, Josué de Castro e Ariano, mas se tem uma coisa no Sul que me encanta é a fruta do conde, se você prefere assim, pinha mesmo, prefiro arremedar assim. E num é que no sinal da Abdias, em pleno meio dia, aparece uma senhora, como que vestida de sol, com uma das maiores que já vi. Deixei da minha pirangagem e comprei... Nossa! Tá aqui o lanche da tarde, pensei. Parei no outro sinal, já dobrando pra Caxangá, e logo vieram os limpadores de pára-brisa ambulantes, acostumados a serem rechaçados automaticamente por mim, pareciam se aproximar incrédulos de que dali “sairia alguma coisa”. Desta vez, porém, permiti que o rapaz (o que chegou primeiro) finalizasse o seu trabalho. Pro meu espanto, no lugar costumeiro das moedinhas não havia mais nada, e, de súbito, no que eu pensei?... Na pinha! Ele do lado de fora, castigado pelo sol, eu dentro, eu de carro, ele a pé... Será que questionava o porquê daquilo tudo? Por que ele pode ter carro e eu não? Estudar, e eu não? Comer 3, 4, 5, 6 vezes ao dia, e eu não!? Será que punha a culpa em Deus? No governo? Será que ele sabe que tudo aquilo pode mudar, basta agente os valores do Reino proclamar, deixar de só pra o nosso umbigo olhar, e o cristianismo verdadeiro praticar? No rosto dele estava o rosto de Jesus, com fome sem o darmos de comer, com sede, sem o darmos de beber. Parei de pensar e dei a pinha ao menino, parecia que ganhava uma barra de ouro. Nunca vou me esquecer do seu olhar, penetrando na minha mente pra mudar o que eu achava que a escola podia ensinar, mas só um coração quebrantado, o dele, quebrando um coração gelado, o meu, poderia transformar. O sinal abriu, passo a primeira, vou embora, porém não mais como outrora, fico pensando como a vida daquele menino vai se desenrolar, quais as possibilidades de sua vida mudar, esperando eu e você acordar e como igreja se comportar. A Caxangá vai terminando, pela PE-05 já vou andando, tô quase chegando em casa pra jantar, mas e ele? E quando a pinha acabar?