segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Sinto-me sozinho!!!

Conversando com uma amiga (muito especial!) que compartilhou comigo um texto( e que texto!) de sua autoria sobre o "se sentir sem amigos" me veio a memória uma reflexão que escrevi em fevereiro deste ano. Compartilho-a, então, agora.

Para Carla de Paula, que está ciente de que às vezes nos setimos sós, mas há, sempre, a quem recorrer:

Será que sou um egoísta, narcisista, egocêntrico? Tão insuportável ao ponto das pessoas me abandonarem?
Ou não tenho a mínima habilidade em cativar? Será que estou condenado a repelir todos que de mim se aproximam?
Um bicho anti-social, recluso num mundo por mim criado, rodeado de paredes concretadas?
Sinto-me tão sozinho. Pareço não ter amigos.
Veja mesmo! Agora. Neste exato instante... Eu queria ter alguém para conversar. E então esse alguém ouviria que estou com vontade de chorar, mas não sei por quê. Que tenho muito medo, não sei dizer ao certo do que. A insegurança, a incerteza e a ansiedade tentam invadir minha alma e eu não tenho ninguém pra engrossar as fileiras comigo e dar cabo a esta covarde peleja de três contra um. Alguém com o intuito de ligar pra mim somente para perguntar o que vou fazer amanhã. Onde estão meus amigos? Eu os tenho?
Não quero ser injusto com um grande amigo meu. Sei de suas ocupações... Mas será, que até com suas ocupações, ou com as ocupações de qualquer um dos que considero amigos, não poderíamos nos ver mais? Esta corrida louca obriga-nos a abdicar dos momentos realmente importantes desta nossa pequena e efêmera jornada. Não, amigos! Devemos passar mais tempo juntos do que nas filas dos bancos, nos engarrafamentos, nos ônibus, discutindo com o nosso cônjuge, falando mal do nosso chefe, reclamando por que está chovendo, e se não chove por que está calor, o dinheiro não dá, queria trocar de carro, de casa, de esposa, marido, sogra, cachorro, celular. Menos shopings, mais noites conversando nos terraços de nossas casas. Menos “preciso disso”, mais “preciso deles”, Menos “vamos marcar”, mais “vamos mesmo”, menos “E aí?”, mais “estou aqui”.
Sinto falta de vocês, amigos!
Eu não tenho, agora, quem me ouça. Somente estas páginas podem me ouvir, e elas me entendem! Gostaria de dá-las melhores palavras, mais bem selecionadas, verbetes que as afagassem da mesma forma como o carinho que agora me falta. Gostaria de receber um abraço neste momento, ou alguém dizendo: Calma! Estou aqui! Eu sei amigas páginas, vocês não sabem falar, mas são boas em ouvir, e eu agradeço.
Não que eu não tenha uma turma pra sair. Não que se eu fizer uma ligação agora não encontre quem conversar. É que eu quero meus amigos! Fidelidade! Cumplicidade! “Hasta la muerte”! Uma parceria igual a de Tom e Vinicius, ou Tom, Vinicius, Elis, Toquinho, Chico e Milton. Como a de Moisés e Arão, Isaias e Ezequias, Davi e Jônatas, Barnabé e Paulo. Eu e Wellington, ou eu, Wellington, Sávio, Nemésio, Rafael, Helton, Paulinho, Ana Teresa e Mônica.
Sinto falta de vocês, amigos!
Mas espera aí... Alguém bate a minha porta! Abro. Ele entra, senta ao meu lado e me diz que no momento de maior desespero de sua vida foi abandonado pelos seus. Fala-me sobre uma aflição tamanha por ele sentida, quase sobre-humana, a ponto de seus vasos capilares se romperem e o sangue sair pelos poros, e, exatamente neste instante, seus amigos estavam dormindo ao invés de estarem compartilhando tal sofrimento. E no momento extremo, nem a presença de seu Pai pôde compartilhar. Ele me dá um abraço e diz: “Calma! Estou aqui!”. Não sei mais o que dizer... Apenas choro! Deito minha cabeça em seu colo, percebo o seu carinho, suas mãos estão afagando minha cabeça. E ele começa a me contar uma história...

6 comentários:

Unknown disse...

Véio! Até parece que quem escreveu isso fui eu!!! Mas tenho uma idéia, vamos juntar nossa solidão, nossas desilusões e vontade de compartilhar! Eu te considero um amigo, amigo como um irmão, e esse sentimento também me aflinge! Que bom que nos reencontramos tempinho atrás! Quem bom que nos veremos mais vezes! E estarei pronto para aquele abraço que só amigos sabem dar! Fica com Deus!

joanafpires disse...

de todas as minhas conquistas, eles foram as melhores. de tudo o que eu sou, parte principal. é o amor mais gostoso de sentir.

achei teu blog, na verdade, maninho achou pra mim! =)
umabraço
joana

Anônimo disse...

Vim aqui comentar e no espaço de tempo entre meu impulso de escrever e as letras realmente digitadas, me lembrei de nossa amizade. Pensando nela eu posso responder um dos teus questionamentos do texto: tens, sim, habilidade em cativar. Às vezes isso se esconde por trás dos números, quando tentamos contar nossa quantidade de amigos. Mas eu repito o que você já sabe... Os números não falam. Eles são mudos. As pessoas falam, as atitudes também, além dos belos textos como o seu. Parabéns por ele e por me cativar, Cleo, adorei tudo.
Um beijão.

Anônimo disse...

Cléo...

Estava "viajando" na internet, buscando algo que enriquecesse o resto da minha noite....procurava idéias, pensamentos sensatos ou insensatos talvez...
Gostei demais do seu blog, seus textos enfim..
Desejo tdo de maravilhoso de Deus pra sua vida.

Um grande abraço

Ericka Melo

Anônimo disse...

“... Sinceramente eu tenho saudades dos dias que o pai nos ofertou. Nos quais andamos juntos lado a lado, lutando a mesma guerra do Senhor...amigo que se foi eu hoje sonho, mas sei que esta noite vai passar, pra sempre, sempre ser um dia lindo que nunca poderá nos separar ” Este é um trecho da música “In memória” do Pr. Paulo César que foi feita em homenagem ao seu amigo Jairo Trench Gonçalves, o Jairinho do Grupo Elo (Hoje no Grupo Logos), que morreu em um trágico acidente de automóvel.
Fica peixe!!! Não será preciso que eu ou vc morramos...ou a rã, ou beiçola, ou venta de tucano, napa, wala.... para gente sentir sua falta, sentir saudade. Já sentimos hoje. É um fato!
Saudade é um mal sem remédio, vc pode até postergar os sintomas por muito tempo, mas um dia ela domina vc. E se vc não senti-la. Vai provocá-la em alguém.
Mas, como eu sou um otimista de carteirinha e tento ver o lado positivo de todas as coisas, também procuro ver o lado bom da saudade. Ela é o termômetro da amizade!
A prova dos nove(é o novo !!!) dos bons momentos compartilhados.
É como diria Lulu:”... tudo passa, tudo sempre passará...”
Mas, nossa amizade ainda não passou. Estamos todos aqui. Na mesma cidade, no mesmo número...e embora não sejamos mais os mesmos...ainda vivemos como os nosso pais.
Quer saber, melhor que a saudade é a lembrança. Vai aí algumas só pra não esquecer:
- Frase dita um minuto antes da primeira pregação em público na frente da casa de Wallace(!)
- Frase dita no mutirão evangelístico no buraco fundo do lado da bateria, quando eu estava mandando ajeitar o microfone(!!)
- Quantidade de óleo nas asas de frango frito daquela churrascaria da Caxangá(!!!)
- Presente de aniversário que Tiago Prado deu que eu queria ter dado. Muito criativo!!!!
- Areia, 2ª viagem, culto no coreto...
- Remígio, 2ª viagem, culto no palanque...
- As 129 almas e um demônio que se converteram em Salgueiro III
- Pra terminar....a compra que fizemos na ADJI do shopping center Recife ....lembra da vendedora?

Quando tiver com saudade....liga!

Anônimo disse...

Sinto-me tambem assim... :(