Meu círculo de amizades está mudando. Isto nunca aconteceu com você, leitor? Você nunca jurou amizade eterna aos seus amigos e, depois de alguns anos, chegou à conclusão que não poderia mais chamá-los assim? Porque não havia mais afinidades, porque a vida os levou para outro caminho, porque os afazeres do cotidiano separaram vocês, enfim, porque – é difícil aceitar, mas é verdade – nem tudo é pra sempre. Estou no meio do caminho entre amizades antigas, distanciando-se pela falta de contato agravada pela desconstrução das afinidades, e novas amizades cheias de afinidades, porém, ainda, sem intimidade e profundidade. Este caminho do meio é perigoso, leitor. O risco de não ter mais a possibilidade de voltar para os caminhos de outrora somado ao risco dos novos caminhos não darem em lugar nenhum é desesperador. O caminho do meio é desprovido de segurança, cumplicidade. É um caminho vasto, sem ser profundo. Semelhante ao mar quando seca e podemos andar coma água nos tornozelos por quilômetros – você junto ao mar sem poder mergulhar. Drummond encontrou uma pedra no meio do caminho. Espero não tropeçar nela. Há uma intersecção neste caminho? Tenho procurado por ela. Se há, leitor, diga-me! E ajude-me a encontrá-la, a fugir e deixar lá atrás, bem pra trás, o maior de todos os medos, a grande patologia da modernidade: sentir-se só entre muitos.
segunda-feira, 21 de abril de 2008
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