Amar é vulnerabilizar-se.
Entregar-se à outrem é dar a chave do seu destino. Controlar a nau de nossas vidas é imprescindível, amar, porém, pressupõe a perda da autonomia, pois o que há no mais recôndito de nossa alma passa a ser lido, sem necessidade de tradução, pela alma do outro.
De posse desta leitura, desta tradução, pode o outro conduzir-nos à perdição, à danação. Sim, pode, já que os portões de nossa fortaleza foram abertas e nossa cidade-alma encontra-se sujeita à pilhagem.
Então, não diga que ama. Nunca. Muito menos que ama pra sempre. Porque amar, já o disse, é armadilha. E pra sempre... Pra sempre não existe. Aos que dizem se amar pra sempre, basta submeter o que chamam amor à uma análise micróscopica e poder-se-á ver companheirismo, amizade, cumplicidade, comunhão. Estes sim, sentimentos nobres e perenes, mas o amor que os gregos chamam de eros - não o phileos, o amor fraternal, nem o ágape, o amor desinteressado que tem no divino sua fonte inesgotável - acaba, e nunca de repente, o que é infinitamente pior, pois acompanhar a areia caindo, devagar, no inevitável da ampulheta é anunciar a morte daquilo que definha sem o cheiro do podre, ainda.
Entregar-se à outrem é dar a chave do seu destino. Controlar a nau de nossas vidas é imprescindível, amar, porém, pressupõe a perda da autonomia, pois o que há no mais recôndito de nossa alma passa a ser lido, sem necessidade de tradução, pela alma do outro.
De posse desta leitura, desta tradução, pode o outro conduzir-nos à perdição, à danação. Sim, pode, já que os portões de nossa fortaleza foram abertas e nossa cidade-alma encontra-se sujeita à pilhagem.
Então, não diga que ama. Nunca. Muito menos que ama pra sempre. Porque amar, já o disse, é armadilha. E pra sempre... Pra sempre não existe. Aos que dizem se amar pra sempre, basta submeter o que chamam amor à uma análise micróscopica e poder-se-á ver companheirismo, amizade, cumplicidade, comunhão. Estes sim, sentimentos nobres e perenes, mas o amor que os gregos chamam de eros - não o phileos, o amor fraternal, nem o ágape, o amor desinteressado que tem no divino sua fonte inesgotável - acaba, e nunca de repente, o que é infinitamente pior, pois acompanhar a areia caindo, devagar, no inevitável da ampulheta é anunciar a morte daquilo que definha sem o cheiro do podre, ainda.
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