Fica o prazer de ter escolhido fazer o que realmente amo. O futuro como sociólogo reserva, além de apreensão - sempre fico apreensivo quanto ao futuro -, a sensação da iminência de um grande sentimento de realização e dever cumprido, como não seria em nenhuma outra profissão.
Fica a lição de que o cristianismo transcende os muros das instituições. Estas instituições conseguiram cristalizar o conceito de ser cristão e reduzi-lo ao cumprimento de um sem número de exigências que têm a ver muito menos com o caráter do que com a manutenção de uma aparência de santidade: Aparência indispensável para a manutenção dos cargos, posições e papéis nestas instituições.
Fica a decepção de saber que o projeto do qual fiz parte, e me dediquei, mais do que a qualquer outra coisa na minha vida, durante dez anos, está, hoje, na mão de pessoas que não têm a mínima consideração pelos que contribuíram para a história deste grupo. O Ministério de Mocidade da IBMC (Igreja Batista Missionária em Camaragibe), que tem mais de 10 anos, e não apenas 02(como seus líderes comemoraram a pouco), tornou-se um reduto de evangélicos intolerantes, conservadores e monolíticos, onde as idéias divergentes são escanteadas de pronto. Esqueceram de Wellington e Ângela, fundadores do grupo, e antes deles, de Simone e George, os precursores, de Nemésio, que assumiu num período de transição conturbado, além de Helton, Wallace, Lourdes Gama, Sávio Gama, Beto Borba, Rafael Pereira, Daniel Silva e tantos outros que a este grupo dedicaram uma vida.
Fica outra lição de negar veementemente quando alguém me chamar pra uma reunião onde vão dizer que todo mundo está “fora de controle” ganhando dinheiro com um pó que emagrece. Fuja disso, você também, pelo amor de Deus!!! É furada!
Fica a nota 10 na prova de Maria Eduarda e a sensação inusitada de uma aula ser melhor do que uma farra, um filme, uma partida de futebol ou qualquer outra coisa.
Ficam as idas ao cavanhaque(bar) para comemorar o que quer que seja com o pessoal da faculdade.
Fica o privilégio de ter conhecido um novo amor, quando do amor não esperava nada mais. Passar os dias com você, meu amor, é ansiar pela paralisação do tempo, é conviver com a substituição imediata da despedida pela saudade e desfrutar da certeza de que dias melhores virão.
Fica a alegria de ter descoberto grandes amigos e companheiros de farra dentro da minha própria casa. De ter feito novos amigos, como os camaradas (Eu, Diogo, Emanuel, Rafael e Diego). De ter mantido velhas amizades como as de Wellington, Sávio, Delane, Ana Teresa e Mônica; De ter solidificado outras na faculdade: com Bernardo, Carla de Paula e Pedrinho; De ter re-solidificado outros laços com Nemésio e Helton.
Fica a lembrança das palhaçadas com os camaradas nos shows de Academia da Berlinda. Até de stripers nós atacamos na concha acústica da UFPE. Só loucura ao som de “Ivete Canivete, não corte as relações comigo...”
Fica a permanência do Náutico na 1º divisão.
Fica o objetivo de aprender a falar alemão.
Fica a promessa cumprida de aprender a tocar alfaia.
Ficam as leituras de Drummond, Clarice e Vinícius.
Ficam as músicas de Chico e Los Hermanos.
Fica a descoberta do samba.
Fica a feliz idéia de ter criado este blog: Minha terapia.
Fica reeditada a indignação contra a injustiça e a desigualdade. Fica retravada a luta contra quem quer jogar esta sujeira pra debaixo do tapete.
Fica mantida a esperança contida nos planos que atravessam o ano até 2008. Tenho eles bem traçados. Lutarei para cumpri-los e quando 2008 acabar nos encontraremos aqui novamente para festejá-los. Se Deus quiser!!!