Ó Deus! Quem és tu?
Que nomes moram no teu mistério sem fim?
Ninguém jamais te viu.
Passas como o Vento, e só ficam as marcas da tua passagem, gravadas na memória: o sentimento de beleza, o sentimento de tristeza, o corpo que espera, sem certeza, com um poema na carne. Tua face, nunca a vi. Só conheço as muitas faces da minha saudade. E, se te chamas pelo nome de Pai e pelo nome de Mãe, é porque estes são os nomes da minha nostalgia, no bater binário do desejo.
Rubem Alves em "Pai Nosso".
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