Escrever virou um vício. Mas é um vício doloroso. Porque escrever é doloroso. Escrever é sofrer em cada palavra, é parir cada frase, cada linha, chegar à quase exaustão após cada parágrafo. Já me angustio no minuto seguinte à concepção da idéia sobre a qual vou escrever o próximo texto: Prenúncio de uma labuta incansável, um queimar de pestanas que envereda pela madrugada. Escrever é ruminar idéias, regurgitar pensamentos e engoli-los novamente, para, num refluxo, deparar-se com eles de novo. E depois que os pensamentos tomam a forma de tinta, ou melhor, de bits, são como filhos adolescentes: nem bem deixaram as fraldas já querem ser independentes, ganham o mundo e se esquecem da gente. Mal agradecem por terem nascido, ainda assim, continuamos a amá-los e, deles, termos orgulho. Este mesmo veio sem nenhum planejamento familiar. Foi só pra matar o vício, e dormir mais tranqüilo, sem crise de abstinência.
quarta-feira, 5 de dezembro de 2007
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