domingo, 5 de outubro de 2008

O Oportunista

Hoje, ao votar, me senti num daqueles filmes de ficção científica onde extra-terrestres, após terem destruído vários outros planetas em galáxias distantes, aportam aqui na terra como uma praga de gafanhotos que, de plantação em plantação, vão se alimentado daquilo que foi construído por outros. Já vi gente trocando voto por tudo, de promessa de rua calçada à interesses escusos, sempre se preocupando com o seu próprio umbigo, esquecendo a importância de uma decisão que deveria transcender o âmbito privado para o âmbito da coletividade. Mas na pós-modernidade a coletividade morreu e o super-indivíduo-egoísta-egocêntrico- narcisista-hedonista tem mais de mil umbigos pra olhar. Amigos me disseram que ganhariam tais ou quais vantagens com a vitória do Oportunista. Olhando para eles sempre me vinha à mente a imagem de 45 aves de rapina alimentando-se da carne podre daqueles que substituiram a sua consciência pela mente putrefata da ambição. Vendedores de carne podre: é assim que eu os vejo. O resultado sai hoje. Espero que os extra-terrestres, os gafanhotos e os abutres batam em retirada.

Um comentário:

c. disse...

"Mas na pós-modernidade a coletividade morreu e o super-indivíduo-egoísta-egocêntrico- narcisista-hedonista tem mais de mil umbigos pra olhar."

opa, peraê... é certo que a pós-modernidade trouxe a individualidade em detrimento da coletividade. mas o mal do egoísmo não nasceu agora não. individuação é diferente de individualismo/egocentrismo. e individuação não pressupões, necessariamente, egoísmo.
a especialidade da pós modernidade é trazer a individuação, mas o absurdo da democracia distorcida é outra história, é uma questão, ao meu ver, política. e que tem a ver com egoísmo, tbm, claro.
bom, pelo menos é o que eu acho, cleobaldo.
(deu pra entender?)