terça-feira, 21 de outubro de 2008
Seco
Sinto-me seco. Não consigo escrever nada, pelo menos nada que goste depois de escrito. Procuro a palavra que emociona. Mas como encontrá-la se cá dentro não tem emoção.
Eu estou seco.
Saudade de quando as palavras saem sem precisar pensar muito, como que jorrando, como que brotando.
Mas de terra seca não brota nada. Só o chão seco, rachado, inerte.
Seco
Espero a chuva, pra fazer renascer o verde, pra fazer correr de novo o rio intermitente das palavras.
Não vejo uma nuvem no céu.
Está tudo seco, seco
Seco
Resta-me a prece do sertanejo
"Ó chuva, vem me dizer, que eu posso ir lá em cima pra derramar você"
Resta-me acreditar que amanhã vai chover
Amanhã, então, quem sabe...
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